quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Texto Argumentativo

Aborto

___O aborto sempre foi um tema de grande polémica. A sua prática não é permitida em todos os países, sendo uma das principais razões a religião.
___Em Portugal, o aborto é permitido graças ao referendo feito em Fevereiro de 2008. Actualmente a mulher pode abortar quando quiser sem ser punida por lei. Mas porquê abortar quando essa criança pode ter futuro?
___Se a criança nascerá com alguma deficiência, o aborto pode ser a melhor opção, evitando consequências económicas e sociais para essa vida e para a sua família. Toda gente sabe que uma criança deficiente não terá grandes hipóteses de ter um emprego, ter uma vida independente. A sua família é que terá que sustentar os elevados custos económicos para o resto da vida. E a sociedade também não ajuda, ainda existe muita descriminação que dificulta a busca por uma vida independente. Ou então, no caso de a criança nascer de uma violação, essa criança nunca será bem aceite quer pela sociedade, quer pela família ou pela própria mãe. Nestes casos, a criança corre o risco de ser abandonada à nascença, de ser mal tratada durante a sua vida, podendo ser vir a ser mesmo morta pelos pais ou desaparecer sem deixar rasto, como tem acontecido nos últimos anos com o caso Joana e Maddie.
___Outro caso é uma família com dificuldades económicas não conseguirá ter mais um membro. Se essa criança nascer, irá destabilizar vida da família, não tendo uma vida digna, estando contra o artigo 25. 1. Declaração Universal dos Direitos Humanos “Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.“. É preferível acabar com o sofrimento antes de ele realmente existir do que tentar acabar quando ele já existe.
___Por isso, penso que a lei do aborto deveria ser mudada.

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Comentários: Estes argumentos nem sempre estão a fundamentar a tese que apresenta.

Carta de reclamação

Daniel Oliveira
Pardieiros – Carregal do Sal
3430-561 Beijós
E-mail: danieloliveira@hotmail.com

Sapo ADSL
suporte@acesso.sapo.pt



Carregal do Sal, 29 de Novembro de 2008


Assunto: Mau fornecimento do serviço Sapo ADSL


Exmo(s). Senhor(es),


___Sou cliente da Sapo ADSL à mais de um ano, mas o serviço nunca foi prestado correctamente. Tenho como tarifário 6Mb, pagando por mês aproximadamente 25€ (vinte e cinco euros), mas nunca tive velocidades de download superiores a 1Mb e também verifico dias em que tenho quedas de internet de cinco em cinco minutos.
___Tenho contactado o apoio ao cliente, pelo número 707 22 72 76, feito os testes que os operadores me aconselham a fazer e reportar a situação. Os técnicos têm aparecido, resolvendo temporariamente o problema das quedas de internet, continuando a velocidade muito abaixo de 1Mb/s.
___Esta situação já me causou imensos transtornos e, uma vez que aceitaram prestar-me o vosso serviço, exijo que o mesmo me seja oferecido. Caso contrário serei obrigado a anular o vosso serviço e exigir uma indemnização pelo mau fornecimento do serviço.

____Sem outro assunto de momento,


Daniel Oliveira

Texto Livre

O Mundo Virtual

___Pedro, Nuno e João eram um grupo de amigos que moravam numa vila calma e pequena onde sempre foram vizinhos. Enquanto os pais trabalhavam, eles encontravam-se na rua depois das aulas, para brincarem. Costumavam jogar à bola, faziam corridas na época das frutas iam aos pomares e quintas rouba-las, faziam cabanas de paus e, de vez em quando, iam chatear os velhos da vila.
___A última giriquisse deles foi tentarem cozinhar uma galinha no campo. Pensavam que por terem visto as mães a fazerem-no também o conseguiriam fazer. Acabaram por fazer uma grande fogueira e foi preciso chamar bombeiros. Os pais do Nuno fartaram-se das brincadeiras deles. Decidiram comprar-lhe uma consola para ele ficar sossegado em casa. No inicio, a consolas parecia ter sido a solução de todos os problemas, não dava preocupações, mas…
___Nuno nunca mais foi brincar com Pedro e João, estava a divertir-se com a consola e não queria saber deles. Na escola, Pedro e João estranhavam, por o Nuno não sair de casa (não sabiam o que ele fazia em casa) até que lhe foram perguntar o que se passava. Quando o Nuno explicou que tinha uma consola, eles ficaram entusiasmados e foram pedir aos pais também uma.
___Os pais de João e Pedro concordaram em comprar a consola, achavam que assim não chateavam ninguém e resolvia-se as chatices de vez. De facto, as brincadeiras de rua acabaram, a vila estava mais calma, até os velhos notaram isso. Em vez disso, passavam o tempo todo a jogar. Viam-se na escola e pouco mais, com o tempo nem nos intervalos se falavam. Tinham agora amigos, ídolos virtuais.
___Passaram-se alguns anos, as consolas evoluíram, mas eles nunca mais voltaram a falar. Todos estavam bem com o mundo virtual, eles e os pais.
___Um dia, o Nuno ficou sem poder jogar (estava de castigo por ter tirado negativa no teste de geografia) e ficou em casa sem fazer nada, foi até à janela do quarto e viu muita gente e uma ambulância à porta da casa do Pedro.
___Foi a correr para lá para saber o que se passava. Lá disseram-lhe que a mãe do Pedro tinha-se sentido outra vez mal e que ia para o hospital. Ele subiu e foi falar com o Pedro, para saber melhor o que se passava. Pedro explicou-lhe que a mãe tinha uma doença rara e que se sentia várias vezes mal. Já tinha isto à 2 anos mas, Nuno e João nunca tinham reparado.
___Nuno sentiu que tinha que fazer alguma coisa. Foi falar com o João e contou-lhe a história. Concordaram em ajuda-lo, mas não sabiam o que fazer para o ajudar. Não eram médicos para curarem a mãe. João lembrou-se dos velhos tempos em que andavam juntos. Decidiram então repetir esses tempos e passarem a estar mais tempo juntos, tentando recuperar o tempo perdido. Voltaram a ser amigos, a fazerem coisas juntos. Mas os pais também mudaram, proibiram que eles jogassem a toda a hora, pondo horários de jogo.

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Comentário: O final do texto está um pouco forçado

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Biografia


Mário Carvalho


Nasceu em Lisboa, em 1944. Formado em Direito pela Universidade de Lisboa, inicia durante o curso actividade política, envolvendo-se nas lutas estudantis que em Portugal se produziram na década de 60. Mais tarde, já durante o serviço militar, é preso também por razões políticas, tendo partido para o exílio em 1973 e regressado a Portugal após a revolução de Abril de 1974.

Advogado e jornalista, estreou-se como escritor no volume antológico Mar, publicando no ano seguinte o seu primeiro livro (1982). Desde então tem mantido um ritmo de publicações e um nível de recepção crítica e pública das suas obras que o situam entre os mais importantes ficcionistas portugueses da actualidade.

Senhor de um grande domínio da língua, de um estilo que não se consegue situar em escala alguma e onde se sentem influências de grandes mestres clássicos da literatura portuguesa, como Camilo e Garrett, num registo que no entanto se destaca pela sua extrema modernidade, Mário de Carvalho percorre uma variedade de temas, géneros e tempos históricos com a sua aparente facilidade, cultivando um registo frequentemente irónico, e mesmo humorístico, com várias incursões pelo domínio do fantástico.

A sua obra como dramaturgo é igualmente uma das mais interessantes surgidas na última década em Portugal, tendo sido levadas á cena peças suas pelo grupo O Bando, Novo Grupo e Teatro da Malaposta. Mário de Carvalho é ainda autor de diversos guiões, diálogos e adaptações para televisão e de guião para cinema.



Obras:

Algumas obras foram traduzidas para inglês, francês, grego, búlgaro e espanhol.

Contos:

Contos da Sétima Esfera (Contos), 1981
Casos do Beco das Sardinheiras (Contos), 1982
A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho (Contos), 1983
Fabulário (Contos), 1984
Os Alferes (Contos), 1989
Contos Soltos (Contos), 1986
Contos Vagabundos (Contos), 2000

Romances:

O Livro Grande de Tebas, Navio e Mariana (Romance), 1982
A Paixão do Conde de Fróis (Romance), 1986
Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde (Romance), 1994 (Prémio Pégaso de Literatura; Prémio Fernando Namora e Grande Prémio da APE)
Era Bom que Trocássemos Umas Ideias Sobre o Assunto (Romance), 1995
Fantasia para dois coronéis e uma piscina (Romance), 2003

Outros tipos de obras:

E se Tivesse a Bondade de Me Dizer Porquê?(Folhetim), em colab. com Clara Pinto Correia, 1986
Quatrocentos Mil Sestércios seguido de O Conde Jano (Novelas), 1991
Água em pena de pato (Teatro), 1991
Apuros de um Pessimista em Fuga (Novela), 1999
Se Perguntarem por Mim, Não Estou seguido de Haja Harmonia (Teatro), 1999
O Homem que Engoliu a Lua (Infanto-juvenil), 2003
A sala magenta (2008)

Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_Carvalho
http://www.sudoestealentejano.com/literatura/paginas/mario_carvalho.htm

Um dia, disse o olho :
- "Vejo, além destes vales, uma montanha velada pela cerração azul. Não é bela ?"

O ouvido pôs-se à escuta e, depois de ter escutado atentamente por algum tempo, disse :
- "Mas onde há montanha ? Não ouço nada !"

Então, a mão falou :
- "Estou tentando em vão senti-la ou tocá-la e não encontro montanha alguma !"

E o nariz disse :
- "Não há montanha alguma. Não sinto o cheiro !"

O olho voltou-se para o outro lado e todos começaram a conversar sobre a estranha alucinação do Olho e diziam :
- "Há qualquer coisa errada com o Olho ..."

Khalil Gibran

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Questão Reformulada

5. “Bryan opunha-se com energia [...] ao triunfo dos mais ricos à custa dos mais pobres, o que, do outro lado do Atlântico como aqui, continua a ser um imperativo moral.”

5.1. Analise as relações entre a conclusão aqui expressa e a tese inicial.

A conclusão aqui expressa é que as politicas de sucesso devem também proteger os mais pobres do “atropelamento” dos mais ricos, de modo a equilibrar as igualdades socioeconómicas. A tese inicial diz precisamente isso, que Portugal deve pensar nestas medidas para ser um bom aluno.

O Riso é a Mais Útil Forma da Crítica

O riso é a mais útil forma da crítica, porque é a mais acessível à multidão. O riso dirige-se não ao letrado e ao filósofo, mas à massa, ao imenso público anónimo. É por isso que hoje é tão útil como irreverente rir das ideias do passado: a multidão não se ocupa de ideias, ocupa-se das fórmulas visíveis, convencionais das ideias. Por exemplo: o povo em Portugal, nas províncias, não é católico - é padrista: que sabe ele da moral do cristianismo? da teologia? do ultramontanismo? Sabe do santo de barro que tem em casa, e do cura que está na igreja.

Eça de Queirós

É instrutivo ver os vários retratos que fazem de nós pela vida fora. Com traços lisonjeiros ou desagradáveis, entram-nos sempre pelos olhos dentro como estranhos, a perturbar uma paz que tinha um rosto habitual, familiar, a que estávamos acostumados. À imagem tranquila, sobrepõem-se outras inquietantes que não servem no cartão de identidade, e, contudo, nos identificam publicamente mais até do que a que nele figura. É que não se trata de neutras fotografias. São perfis apaixonados, justos ou injustos, com as virtudes e os defeitos cruamente patenteados. Quem um dia nos lembrar, é por eles que nos lembra. Somos o que nós sabemos, e parecemos o que os outros dizem de nós.

Miguel Torga

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Se depois de eu morrer

Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.

Fernando Pessoa