quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pergunta refomulada

___2)

______2.1) Analise a expressividade dos recursos estilísticos associados à caracterização da personagem.


___Associados à caracterização da personagem, temos um eufemismo em “ (…) dois olhos (…), prontos sempre a humedecer-se (…)” (l.4) que demonstra a fraqueza, a mimisse de Pedrinho “Desenvolvera-se lentamente, sem curiosidades … , a flores, a livros” (l. 5/6/7) esta enumeração refere-se à melancolia de Pedrinho, que não demonstra interesse por nada deste mundo “(...) alma meio adormecida e passiva (…)” (l. 8), esta dupla adjectivação mostra como a alma de Pedrinho é morta, melancólica “Em tudo era um fraco (…)” (l. 10), o narrador volta a reforçar a ideia geral de que Pedrinho era um fraco “(…) o seu ser resolvia-se à … mudo, murcho, amarelo (…)” (l. 12/13), esta adjectivação e enumeração refere-se ao seu dia-a-dia monótono.

sábado, 9 de maio de 2009

Texto Contratado

___Para a excepção dos nomes, a sociedade portuguesa pouco evoluiu desde o tempo d’Os Mais, de Eça de Queirós. Continuamos a ter as mesmas personagens tipo, os corruptos, a política de verdade, as titis e a mania de importar coisas chic do estrangeiro. Temos por exemplo o très chic do Dâmaso e o Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo.
___Apesar de o Dâmaso ser baixinho e gordinho e o Cristiano ser alto e desportista ambos gostam de ficar bem na foto. O Dâmaso vestido de xadrez porque é três chic! e o Cristiano com o seu brilhante brinco na orelha e com a sua marca por todos os cantos da casa.
___Uma das coisas em que estes seres são bastante parecidos é na sua modéstia e humildade. Dâmaso acha-se três chic e o Cristiano pensa que se a selecção nacional fosse três chic como o Dâmaso já seriamos campeões mundiais.
___Mas o que vale a estes dois senhores são as suas queridas senhoras que, lhe vão dando apoio moral. Maria Eduarda e Raquel Choen sobem o ego a Dâmaso mas fora de casa delas, enquanto para o Cristiano qualquer uma que apareça numa revista chic serve. A sorte destas senhoras é a sua riqueza bacoca. O narrador conta-nos isso na sua obra e o Cristiano saiu da província pobre e chegou a Manchester rico.
___Com isto chega-se à conclusão que Os Maias poderiam ser escritos actualmente. O país ainda se encontra très chic!

Texto Livre



Segundos preciosos


___
Está um dia bonito. Um dia de Primavera/Verão com o grande sol brilhante, os livres pássaros a cantar, as árvores a florirem mas desta vez sem vento. Um bom dia para sair, passear, divertir-me, estar com os amigos. Sei lá, tanta coisa para fazer com um dia assim. Qualquer coisa fora de quatro paredes geometricamente iguais com um dia destes é bom.
___Mas tenho que ficar em casa. Coisas de estudante. Tenho mil e quinhentas coisas para fazer, mas mesmo que não tivesse tinha que fica em casa na mesma.
___Porque é que tem que ser assim? Porquê é que enquanto meio mundo se diverte de qualquer maneira, eu tenho que ficar a escrever um texto dentro de casa? Podia ser na rua, num jardim, mas não, é dentro de casa. Eu até sei de quem é a culpa, mas não digo.
___Fico a olhar pela janela. Como os presos olham pelas grandes grades frias. Vêem a liberdade a centímetros de distância, mas na verdade falta muito mais que escassos centímetros. Resta-me esperar que o tempo passe e que a liberdade venha num meio de transporte qualquer. Mas falta um ano e é muito tempo. É tempo precioso para ser gasto a esperar. Mas é a única maneira que tenho de gastar esse tempo. Enquanto eu espero, outros riem, choram, saltam, correm, conhecem-se, matam-se. Enfim divertem-se!
___Já começo a ficar farto desta melancolia de vida, sem vida. É sempre tudo o mesmo. É sempre as mesmas rotinas, casa-escola, escola-casa, quarto-cozinha, cozinha-quarto, até as alegrias e tristezas, vitorias e fracassos, subidas e quedas são sempre as mesmas. Dizem que este mundo é dinâmico, que está sempre a mudar. Eu não noto. Se calhar sou de outro mundo.
___Quero uma mudança! Pode ser radical, gradual ou temporal, mas quero algo novo. Quero vida! Quero aproveitar cada segundo como se fosse o último, sem esperar, sem querer saber de regras, de moralismos, dos “parece mal”, do futuro, de planos, não quero compromissos. Já chega de pressões, prazos, datas, horas marcadas, minutos contados, segundo preciosos. Preciosos de mais para serem gastos nesta melancolia. Quero ser como a outra metade do mundo que se está a divertir agora…
___Quero jogar a vida. Não quero ficar a vê-la jogar. Quero escolher cada jogada sozinho, sem medos, receios de errar ou perder, sem dependências de outras jogadas de outras vidas. Se numa jogada ganhar sairei desta melancolia. Se perder irei levantar-me sozinho, farei dos “eu avisei-te”,"eu disse-te","eu tinha razão", uma escada para subir e tentar mais uma vez. Se morrer, pelo menos morro feliz por tentar ser livre.